31 episodes

Bem vindes a bordo. Embora conhecida como a ciência do ser humano, a Antropologia continua misteriosa pra maioria das pessoas.

Concebendo a aventura antropológica como uma viagem marítima, convidamos os que gostam de navegar pelo conhecimento, a explorar esta fascinante área do saber.

Este é um projeto de popularização da ciência e de educação com produção de material didático (mini aulas introdutórias de antropologia) em formato de podcast.

Prontos pra iniciar essa viagem? Vamos nessa, pessoal!

Siga-nos no Instagram: @antropocast Produção: Fred Lucio

Website: https://fredlucio.net

Antropocast: navegando pela Antropologia Fred Lucio

    • Science
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Bem vindes a bordo. Embora conhecida como a ciência do ser humano, a Antropologia continua misteriosa pra maioria das pessoas.

Concebendo a aventura antropológica como uma viagem marítima, convidamos os que gostam de navegar pelo conhecimento, a explorar esta fascinante área do saber.

Este é um projeto de popularização da ciência e de educação com produção de material didático (mini aulas introdutórias de antropologia) em formato de podcast.

Prontos pra iniciar essa viagem? Vamos nessa, pessoal!

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    30. Cultura e Civilização

    30. Cultura e Civilização

    “Cultura ou civilização... é este todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, leis, moral, costumes, e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro da sociedade” (Tylor 1871:1).

    Esta, certamente, é uma das mais famosas definições de Cultura na história da Antropologia. E é também a primeira definição científica deste conceito, elaborada por Edward Tylor, em 1871.

    Já no seu nascedouro, o conceito científico de cultura aparece geminado com o de civilização.

    Segundo o antropólogo francês Maurice Godelier, os antropólogos raramente usam o termo civilização. Preferem o termo cultura.

    Ainda de acordo com ele, com a palavra civilização, os antropólogos geralmente se referem a um conjunto de fenômenos maiores do que uma sociedade e que se estendem por um período maior do que uma geração ou várias gerações, sendo o resultado que estes fenômenos são praticamente insuperáveis.

    Entendida dessa maneira, a civilização é o presente que se forma, mas é também indissoluvelmente o passado, presente, ativamente presente.

    Este fenômeno profundo e vasto – civilização, cultura – apreendemos intuitivamente; nos localizamos aproximadamente.

    Portanto, quando falamos de civilização ocidental, estamos a falar de uma série de fenômenos ativos mas recorrentes. Fenômenos tanto no domínio material quanto no domínio mental. Além disso, não distinguimos necessariamente entre material e mental.

    Esta ideia de Godelier está muito presente num dos maiores clássicos sobre o tema "O processo civilizador", do sociólogo alemão, Norbert Elias.

    A partir destas ideias e do conceito de Antropologia da Civilização, criado por Darcy Ribeiro, este episódio pretende trazer algumas reflexões sobre as relações entre Cultura e Civilização na fundamentação do pensamento das ciências sociais, com um recorte na Antropologia.

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    • 55 min
    29. Sobre as origens do Dia Internacional da Mulher

    29. Sobre as origens do Dia Internacional da Mulher

    Para a grande maioria das pessoas, a origem do Dia Internacional da Mulher remonta a um episódio, ocorrido nos Estados Unidos: um incêndio intencional numa fábrica onde operárias estavam em greve. Todas foram mortas incineradas. Esta é a versão prevalente no imaginário popular. Entretanto, nada mais longe da verdade.


    A conversa parte de uma pergunta: o que a história da escolha da data para celebrar o Dia Internacional da Mulher pode nos ensinar a respeito de distorções históricas e do negacionismo, assim como sobre nossa relação com o conhecimento e a memória? A quem interessam estas distorções históricas? O que a Antropologia pode nos ajudar a pensar sobre estas questões, para além das temáticas historiográficas, sociológicas e políticas?


    Neste episódio, conversamos sobre estas e outras questões com a socióloga Maria Lygia Quartim de Moraes (do núcleo e estudos de gênero Pagu, da Unicamp). Como se poderá ver, é uma história muito mal contada e que envolve ocultações, apagamentos, conflitos e criação de fake news.



    Dicas de Leitura: 

    Alexandra Kollontai - ⁠La journée internationale des femmes⁠; 

    Françoise Picq - ⁠Le mythe du 8 mars L’histoire d’une découverte⁠; 

    Wikipedia - ⁠Dia Internacional da Mulher⁠. 

    Lucio, Fred. Alteridade e ressignificação memória e história sobre o mito fundador do Dia Internacional da Mulher. In: RAHMEIER, Clarissa Sanfelice; SANTI, Pedro de (orgs.). Existir na cidade 2: memória. São Paulo: Editora Zagodoni, 2020.

    Lucio, Fred. Desconstruindo o mito sobre a origem do Dia Internacional da Mulher. Texto publicado no blog: Planeta Filosofico.



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    Mais detalhes sobre o episódio e dicas de leitura: https://fredlucio.net

    • 57 min
    28. Colere, Cultura: uma genealogia da palavra e do conceito

    28. Colere, Cultura: uma genealogia da palavra e do conceito

    Falar sobre a história, a origem, a genealogia de uma palavra ou de um conceito, seus sentidos e significados, não é uma mera questão semântica ou linguística. Menos ainda, um exercício de diletantismo.

    Mas é, fundamentalmente, refletir sobre a história das ideias.

    Isso porque a evolução de uma palavra e de seu conceito correspondente, não se devem apenas a fatores de ordem linguística.

    Sem dúvida, pode-se afirmar, com o antropólogo Roy Wagner, que o termo Cultura é uma espécie de epicentro de todo o vasto oceano conceitual  da Antropologia.

    Wagner, que é um dos leitores críticos do conceito de cultura, num determinado momento do seu mais conhecido livro que se chama “A invenção da Cultura”, afirma: “O conceito de cultura veio a ser tão completamente associado ao pensamento antropológico que, acaso o desejássemos, poderíamos definir um antropólogo como alguém que usa a palavra “cultura” habitualmente”. E, mais à frente, num tom irônico ele diz “ou alguém que usa a palavra cultura com esperança ou mesmo com fé”.

    Como fenômeno e como conceito, a cultura pode ser vista como produto, como algo concreto; ou como uma faculdade, uma capacidade derivada do intelecto, da racionalidade. Nesse sentido, como algo abstrato. 

    Nomear alguma coisa, como diz o antropólogo francês Denys Cuche, é colocar o problema do fenômeno e, ao mesmo tempo e de uma certa forma, resolvê-lo. O que significa, procurar compreendê-lo.

    Todas as sociedades vivem a cultura, mas nem todas tem uma preocupação em explicar (e menos ainda) definir sua própria cultura. Muito menos pensar uma cultura, num sentido universal do conceito. Menos ainda, transformar a cultura em algo institucional.

    Neste episódio, será feita uma reflexão que levará à exploração do surgimento e da genealogia do conceito de cultura, alguns dos pressupostos filosóficos sobre seus possíveis usos nas ciências sociais e suas relações com o Iluminismo francês.

    Participação especial: Pascoal da Conceição, recitando Mário de Andrade.

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    Para as referências, verifique a página do episódio em https://fredlucio.net

    • 56 min
    27. Cultura, uma introdução

    27. Cultura, uma introdução

    Analisar o fenômeno da cultura é um dos maiores desafios quando se pretende uma apresentação sintética e introdutória, como é o propósito do Antropocast.



    Como um fenômeno que, em grande medida, define o ser humano (e, por extensão, a própria Antropologia), ele é altamente complexo e envolve um emaranhado de outros fenômenos e, consequentemente, conceitos. Além de possibilitar uma infinidade de abordagens.



    Na década de 1950, os antropólogos Alfred Kroeber e Clyde Kluckhohn, enfrentaram o enorme desafio de investigar quais as acepções de cultura as pesquisas e teorias antropológicas haviam criado para tratar deste fenômeno. Reuniram e organizaram 164 definições diferentes: descritivas, normativas, psicológicas, estruturais, históricas e tantas outras.



    Hoje, essa tarefa seria ainda muito mais difícil, dada a complexidade das transformações que o mundo vivenciou nas últimas décadas, o que foi acompanhado pelas ciências sociais.



    Para abordar esse complexo fenômeno e os vários conceitos e perspectivas a ele relacionados, inicialmente vamos propor três eixos de reflexão:

    a) A origem etimológica, os vários sentidos da palavra e o debate sobre Cultura e Civilização;

    b) Os binôminos Natureza/Cultura e Humanidade/Animalidade, percorrendo a questão simbólica, os determinismos e as teorias biologizantes sobre a cultura;

    c) Finalmente, uma exposição sobre as vária correntes teóricas (escolas de pensamento) na Antropologia.



    Esses serão alguns dos temas abordados nos próximos episódios para analisarmos - sempre de forma introdutória, mas não superficial - o fenômeno da Cultura.



    Não vai ser uma tarefa fácil. Mas, vamos nessa!



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    • 52 min
    26. Decolonialidade

    26. Decolonialidade

    Episódio no formato "Antropocast Convida".



    O que é Decolonialidade como categoria? Quais as diferenças entre decolonialidade e descolonização?



    No formato "Antropocast Convida", este episódio é um bate-papo com o filósofo Marcos Silva e Silva, nosso navegador convidado, sobre algumas questões a respeito da Decolonialidade, a partir de um viés Filosófico.



    Marcos Silva e Silva é graduado em Filosofia e Psicologia, com mestrado em Filosofia pela PUC-SP. Tem doutorado em Educação pela PUC-SP (com foco no ensino de Filosofia). Fez especialização no nível de pós-graduação lato sensu em Ensino de Filosofia pela UNESP. E, finalmente, fez estágio pós-doutoral em Psicologia Social pela UERJ.



    Música Introdutória: Lejos, Kenny Arkana (trecho extraído do Spotify). Para ouvir a faixa integral, clique aqui.

    Keny Arkana é uma rapper franco-argentina que atua nos movimentos de antiglobalização e desobediência civil. Em 2004 fundou um coletivo musical chamado La Rage du peuple (traduzindo livremente: A raiva do povo), no bairro de Noailles, Marselha (França).



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    Visite a página do episódio no Website para as leituras sugeridas: https://fredlucio.net

    • 1 hr 12 min
    25. Relativismo cultural

    25. Relativismo cultural

    Tal como formulado pelos boasianos, o relativismo cultural abrange vários axiomas. Primeiro, diz-se que cada cultura constitui um mundo social total que se reproduz através do processo qual valores, disposições emocionais, e os comportamentos incorporados são transmitidos de de geração em geração aos membros de uma dada sociedade. Esses valores e práticas são geralmente percebidos por seus membros de forma quase sempre superior às outras – daí a universalidade do etnocentrismo (como visto no último episódio). 



    O relativismo cultural, perspectiva teórica originada na Antropologia Cultural Americana, tem pelo menos dois componentes: o primeiro componente é fatual: julgamentos sobre o mundo e os julgamentos de valor variam amplamente de cultura para cultura. O o segundo componente é filosófico: avaliação de afirmações sobre o mundo e sobre a moralidade também depende da cultura, ou seja: não existem verdades ou princípios morais que transcendem à esfera da cultura.



    Mas, quais os limites e problemas da postura relativista? 



    Para pensar sobre esta questão, o episódio parte do caso da prática da Mutilação Genital Feminina (MGF) a partir da história da ex-top model e atual ativista pelos direitos humanos e embaixadora da ONU para combater a prática nos mais de 30 países em que ela ainda existe, a somali Waris Dirie. 



    Agradecimentos especiais à Wilma dos Santos pela gravação da dublagem do discurso de Waris Dirie, áudio extraído do filme "Flor do Deserto".



    As referências utilizadas no episódio estão na página oficial do Antropocast:

    https://fredlucio.net/antropocast

    Siga-nos no Instagram para acompanhar as novidades do Antropocast. 

    • 1 hr 5 min

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